Quando a Presidente Vargas receber a primeira escola, Acadêmicos de São Miguel, estará começando a grande final desse carnaval diferente no calendário e no regulamento. As agremiações desfilam duas vezes para chegarem à avaliação que definirá a classificação. Quinta-feira apresentaram-se São Miguel, Deu Chucha na Zebra, Toca do Lobo e Bambas da Alegria. O centenário colorado esquentou a torcida e serviu de bom enredo para os Bambas, que devem ter garantido as melhores notas da primeira noite. Ontem, complicou. A briga é mais parelha entre Rouxinóis, Cova da Onça e Ilha do Marduque, a atual campeã. O que decide é o desfile de logo mais, quando essas e mais Apoteose do Samba retornam à passarela. Vai faltar lugar nas arquibancadas e camarotes. Será a primeira vez que os desfiles daqui terão cobertura completa por televisão e isso também tem alimentado os debates nos bares, restaurantes, quiosques e lojas comerciais, onde as pessoas se encontram para a discussão que faz viver esse carnaval. É no envolvimento da cidade que está a explicação do sucesso dessa folia fora de época. O sábado vai ser agitado. No calçadão da Bento Martins vão se misturar uruguaianenses e carnavalescos do Rio e de Porto Alegre. Os cariocas trabalhando nas escolas daqui, os da Capital chegados em várias excursões. Já encontrei camisetas dos Bambas da Orgia, Imperadores, IAPI, Império da Zona Norte e Restinga misturadas às locais. Uma festa de carnaval como nos velhos tempos. Lícia Lacerda, que julga o quesito enredo, emocionou-se ao entrar em uma casa comercial e perceber que funcionários e clientes falavam de carnaval. Para ela, é mesmo fora da pista que se explica o carnaval de Uruguaiana. Todas as pessoas curtem e se orgulham de suas escolas de samba, que conseguem reunir moças entusiasmadas da classe média ou de famílias tradicionais aos garis, serventes e crianças de comunidades carentes. Para o samba e para o encantamento. Vai ser uma grande final.
Fonte: Samblog
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